quinta-feira, 26 de agosto de 2010

13 palpites para conseguir escrever alguma coisa

Gretchen Rubin é uma autora que fez um projeto e livro chamado Happiness Project; (projeto felicidade). É interessante ter o ponto de vista não só do pessoal que escreve ficção, mas também de alguém que primordialmente escreve ensaios, resenhas e esse tipo de material.

Eu assumo - retirei os links para as postagens que ela colocou para coisas do blog dela que motivaram as dicas. Já que a proposta aqui é ser 100% compreensível para os lusófonos, não fazia sentido manter links em inglês que não se relacionavam diretamente ao assunto.


13 palpites para conseguir escrever alguma coisa

Gretchen Rubin


Um dos desafiso de escrever é… escrever.Aqui vão algumas dicas que considerei úteis para mim mesma para realmente colocar as palavras nas páginas:
1- Escreva algo todo dia útil, e preferivelmente, todos os dias; não espere pela inspiração aparecer. Estar dentro de um projeto mantém você engajado, sua mente funcionando e as idéias fluindo. Além disso, surpreendentemente, é mais fácil fazer algo praticamente todos os dias do que três vezes por semana.
2. Lembre-se que se você tiver apenas quinze minutos, você pode ter algo feito. Não engane a si mesmo, como eu fiz por muitos anos, com pensamentos como “seeu não tiver três ou quatro horas livres, não faz sentido começar”.

 3. Não se exceda escrevendo. Virar a noite, não sair de casa por dias, abandonar todas as outras prioridades em sua vida- esses hábitos só levam à exaustão.







 4. Se você tem problemas em retomar um projeto, pare de escrever no meio de um pensamento – talvez no meio de uma sentenca assim fica mais fácil mergulhar de volta naquilo depois.

 5. Não se distraia por tudo que você já fez ou não fez.

6. Não caia na armadilha de pensar que a criatividade desce sobre você aleatoriamente. Pensamento criativo vem mais fácil quando se está escrevendo regular e frequentemente, quando se está constantemente pensando sobre seu projeto.

7. Lembre-se que muitas boas idéias e ótima escrita chegam durante a etapa de revisão. Eu descobri que preciso ter umcomeço, um meio e um fim no lugar, e então as idéias mais criativas e complexas começam a ser formar. Assim, eu tento não me desencorajar nos primeiros rascunhos.

8. Desenvolva um método de manter um controle de seus pensamentos, ideias, artigos, ou qualquer coisa que chame sua atenção. Isso te protege de esquecer idéias que poderiam se tornar importantes e além disso, folhear esse material estimula sua criatividade. Meu registro porta treco, onde acumulei tudo relacionado a “felicidade” que eu não tinha um lugar melhor para colocar, tem mais de quinentas páginas. Algumas pessoas usam murais de inspiração, outros cadernos de recortes. Faça o que funcionar para você.

9. Preste atenção no seu conforto físico. Você tem uma cadeira e uma mesa decentes? Você está espremido? A luz é muito fraca ou muito forte? Se você sente alívio quando coloca a mão sobre os olhos, como uma saudação, sua mesa está excessivamente iluminada. Cheque seu corpo também: relaxe os ombros, repare se sua língua não está apertada contra o céu da boca, não sente torto. Estar fisicamente desconfortável é cansativo e torna o trabalho mais difícil.

10. Tente eliminar interrupções- de outras pessoas, email, seu telephone, ou fuçar na internet – mas nãodiga asi mesmoque só pode trabalhar em complete paz e silêncio.

 11. Sobre sua mesa de escrever, Franz Kafka tinha uma palavra: “Espere”. Sobre sua mesa,noentanto, Tad Low, roteirista, mantém uma palavra diferente: “Agora”. Ambos os conselhos são bons.

12. Se você travou, tente,sair para um passeio e ler um livro realmente bom. Virginia Woolf notou isso: “ A maneira de alguém se ancorar em retomar a escrita é esta. Primeiro, gentis exercíciosao ar livre. Segundo, a leitura de boa literature. É um engano acreditar que literature pode ser produzida do vazio.”

  13. Ao menos na minha experiência, a coisa mais importante para conseguir escrever algo? Tenha alguma coisa a dizer. Isso soa óbvio, mas é muito mais fácil escrever uando está tentando contar uma história, explicar uma idéia, transmitir uma impressão,resenhar alguma coisa, ou algos assim. Se você está tendo problemas escrevendo, esqueça sobre escrever e foque-se em o que você quer comunicar.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

citação do dia

Técnica sozinha nunca é o bastante. Você precisa de paixão. Técnica sozinha ésó um pegador de panelas bordado.
Raymond Chandler

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

exercício de criação 4

Depois de amanhã fazemos um mês de vida e já estamos chegando nas 500 visitas. Orgulho dessa gambiarra.

E muito feliz de ver que o pessoal está fazendo os exercícios. É o que importa estarmos aqui, afinal. Não fez algum exercício anterior? Não fez o exercício dessa semana ainda? Tudo bem, não tem problema, faça atrasado. E eu vou atualizando ali do lado o blogroll de quem fez os exercícios...

Esta semana chegara pelo correio dois livros que encomendei faz um tempo. Um deles, How to be an explorer of the world (Como ser um explorador do mundo), está fazendo a minha cabeça e motivando muitos pensamentos. A autora é a Keri Smith, e eu recomendo o trabalho dela (é em inglês e duvido que vejamos uma tradução tão cedo).


É influenciada pela leitura desse livro que eu proponho o exercício dessa semana.


Escolha um lugar da sua casa. Qualquer um. Mas não precisa ser um lugar nobre. Quanto mais inusitado melhor. Ou, se achar que não sabe como escolher, use o lugar onde está agora sentado lendo o blog (ou o lugar onde vai sentar pra escrever).

Observe esse espaço, os poucos metros em torno de você. Pense nos detalhes, nas coisinhas a toa, nas coisas que escapam quando se olha correndo. Observe esse lugar como se fosse a primeira vez que o vê.

Escreva sobre esse lugar,a partir desse ponto de vista do olhar atento.



Nos vemos durante a semana.

domingo, 22 de agosto de 2010

citação do dia

Escrever um romance é como dirigir um carro a noite. Você só enxerga a distância em que seus faróis iluminam, mas pode fazer a viagem inteira desse jeito.
E. L. DOCTOROW

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

10 mil horas

por Sarah helena

Hoje recebi a revista Vida Simples,e lá falava de algo interessante,a teoria de um psicólogo sueco chamado K. Anders Ericsson, de que para se fazer bem alguma coisa, não basta o talento inato, mas sim uma soma de fatores nos quais praticar muito e ser persistente contam bons pontos. E ele diz que ser genial, ser bom em alguma coisa, exigiria 10 mil horas se dedicando àquilo, não só exercitando mas aumento o grau de complexidade do que exige de si. 10 mil horas= três horas por dia por mais ou menos 10 anos.

Claro que tem um zé mané pipoca (ok,assumo meu preconceito aqui) de um jornalista que escreveu manual do sucesso em cima da teoria do Ericksson. E eu não vou discutir isso porque não acredito na visão ocidental de sucesso. Me irrita a postura de criar livros em cima de uma boa idéia quando não se é especialista no assunto, empilhando exemplos notáveis e distorcendo o fato de que a teoria não fala de sucesso, mas de se tornar um especialista, um "expert" em algo.

A pesquisa do sueco não tem culpa disso.

Mas para quem lida com arte,a teoria das dez mil horas cai como uma luva. Porque não basta você ser bom por natureza, é preciso exercitar, lapidar, estudar, evoluir, até chegar uma hora em que se consegue chegar ao ponto de "fazer direito". E dez anos praticando todo dia me parece um número bem razoável. Aliás,gosto do termo que o dr.Ericsson usa: "prática deliberada" traduzindo literalmente. Porque não basta escrever três horas todo dia, se eu não me preocupo em revisar, corrigir, estudar e observar a maneira como a escrita acontece e me desafiar, porque ficar naquilo que eu já sei, que já sou capaz, não basta.

Sei que as vezes não dá para dedicar tanto tempo por dia para algo que amamos - como a escrita ou qualquer forma de arte. Pega mal na nossa sociedade. Mas você não pretende ser Machado de Assis nem J. R. R. Tolkien daqui a dez anos. Então, que tal começar aos poucos? Quinze minutos, meia hora. Talvez uma hora por dia. Ou enfiar nos seus horários como for possível. Mas não como um hobbie, e sim como um trabalho ou uma necessidade por questão de saúde (e é, ambas as coisas).  Mesmo que isso signifique dizer pra família "agora não dá, não me interrompa" ou se forçar a desligar a internet para não se distrair.

Dez mil horas. Nem parece tanto assim se você pensar friamente. A gente dorme muito mais do que isso em dez anos.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Exercício de criação 3

Hoje os dois fuçadores que mantém esta gambiarra estavam na Bienal do Livro. 
O Edson estava fazendo o pré lançamento do livro novo dele pelo selo Orpheus da editora Multifoco, e Cabalísticos é um livrinho que realmente está lindo. Passamos o dia na Bienal e é de lá que veio o exercício dessa semana.


  Cinco palavras. Gênero livre. A regra é que sua escrita tenha as cinco palavras abaixo,que pegamos de modo aleatório pela Bienal :

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Exercício de criação 2

Nosso primeiro exercício criativo foi um sucesso. Tivemos 10 corajosos que aceitaram o desafio.
Se você não fez ainda, fique a vontade, faça quando se sentir pronto. Mas não exija muito de si mesmo - apenas arrisque-se a tentar.


Então, vamos ao exercício desta semana (ou só porque são onze horas da noite você achou que eu tinha esquecido?)

Pegue o despertador, um timer, seu celular, um cronômetro.
Você tem quinze minutos para escrever. Comece colocando um título, e depois vá escrevendo. Pode ser ficção, não ficção, poesia, o gênero que quiser. Mas em 15 minutos, você vai considerar que o exercício está terminado.



(eu não sei para vocês, mas esse exercício vai ser bastante desafiador para mim).









(na imagem - o mostrador do relógio astronômico de Praga, em funcionamento desde 1410)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

só o povo que possui uma literatura e uma história próprias tem o direito à soberania nacional



“A consciência histórica tem papel importante na formação da consciência nacional. A emancipação das nações do domínio colonial nasce da emancipação da literatura nacional da língua internacional erudita, do colonizador. A função política desta ascensão do idioma consiste em provar que só o povo que possui uma literatura e uma história próprias tem o direito à soberania nacional.”

Otto Bauer (citado por Hannah Arendt):



Citação retirada do texto:
http://congressoemfoco.uol.com.br/coluna.asp?cod_canal=14&cod_publicacao=33915&filha=1

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Palvras de : AGUSTINA BESSA LUÍS

Amigos, compartilho com todos algumas palavras desta grande Escritora, autora de "A Sibila" e outras inúmeras obras que muito contribuíram para o desenvolvimento da literatura em Língua Portuguesa.
·         Eis como se termina um livro –deixando sempre alguma coisa por dizer ;
·         O homem não foi feito para a tranqüilidade, mas para conquistar a paz;
·         O outro lado da janela e a chuva são para todo espírito criador uma oportunidade;
·         Quanto mais vivemos, mais dominamos o tempo, ele se transforma nalguma coisa fluida e sem história, como o ar, como a luz, como tudo em que a nossa imagem se projeta e a que nossas faculdades biológicas aderem; muito depois da morte, enquanto uma impressão da nossa mão restar na superfície de um objeto que uma vez se tocou, o tempo ainda nos pertence ;
·          As paixões não se comunicam –isso é um privilegio só do amor ;
·         Que somos nós para amar o que está acima do nosso entendimento?;
·         A vida é como um manto em que se arrastam todas as fúrias e ternuras do mundo, e que deixa ficar à parte alguma coisa do seu calor e do seu peso ;
·         O tempo é uma nave sem governo, umas vezes avança, outras baloiça-se nas ondas oleosas. O tempo é uma perpetuidade cansada; o chão que pisamos é feito de infinidade, o sol despenha-se do alto para que o recebamos, e não para medir a noite e o dia;
·         Cada livro é uma peregrinação.

Um abraço!!!
Benilson Toniolo

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Exercício de criação 1

A idéia é a cada semana colocar no blog um desafio, um exercício de criação.

Gostou? Se sentiu desafiado? Escreveu a respeito? Se tiver um blog, poste e coloque o link nos comentários.


O primeiro exercício é o seguinte:


-Observe a foto por alguns minutos. Preste o máximo de atenção aos detalhes.
-Pense:como é esse lugar? Que pessoas passam por ai? O que essas paredes já viram acontecer? Como está o clima? Que cheiros, sons, texturas,gostos, essa imagem desperta?
-Pare de olhar a foto e comece a escrever.Desta vez, o tipo de escrita é livre. Poesia, conto, uma descrição do que está vendo, uma análise urbanística... sei lá.

A foto é esta aqui: (clique nela para ver maior)


(imagem retirada de http://momotte2stocks.deviantart.com/art/Place-stock-61-street-84524416, por @Mommote2stock , no deviantart)

Escrever poesia não é fácil

Autoretratro: Didiu Rio Branco, em busca de inspiração para suas criações

Poesia –

Marcelo Maroldi


Escrever poesia não é fácil, definitivamente. Eu diria que escrever boas poesias é uma das atividades intelectuais/artísticas mais custosas que eu conheço. O pior de tudo, entretanto, é que não parece tão complicado assim. Pense aí um pouco, leitor: não é tão difícil, hein? Um pouco de treino e a famosa “inspiração” e temos uns poemas sensacionais! Bom, queria acreditar nisso às vezes...

Por que não fazemos um teste? Sente-se agora e escreva uma poesia (depois me mande um e-mail para que eu saiba quais carências teve e o resultado final do teste). Não posso precisar números, mas diria, sem hesitar, que poucos – pouquíssimos – conseguiram terminar. Deve ser por isso que os poetas são tão admirados, que difícil arte dominam! Não vou me alongar neste assunto. Tratarei de dizer o que penso que pode fazer a diferença na confecção de uma poesia. Primeiro passo, para escrever poesia é necessário ler poesia. Você precisa saber como os grandes fizeram e pode aprender um pouco com eles. Se você é um bom poeta e jamais leu poesias durante sua vida, certamente você é uma exceção.

Próximo passo, precisa ter vocabulário suficiente. Mais que para outros tipos de literatura, aliás. Encontrar as palavras certas (que se conhece) já não é simples, imagine se você não tem um bom conjunto dessas palavras gravadas na sua mente? Há, também, algumas palavras comumente usadas e é preciso conhecê-las e tê-las à disposição no repertório (alguns poetas e movimentos gostam muito de determinadas palavras!).

E a inspiração? Sobre isso nada posso dizer, acredito. Inspiração parece ser aquele sentimento que invade os artistas (poetas, no nosso caso) e os obriga a irem imediatamente para a folha de papel e começarem a escrever. Pode ser uma alegria súbita, uma dor que invadiu o peito, pode ser qualquer coisa que nos estimule a escrever. Uns têm mais e outros menos... Já ouvi poetas dizerem que isso não faz diferença, que escrever poesia é um processo lógico de combinação de palavras e não depende de emoção. Pode ser. E pode não ser... Jamais escrevi algo que tenha valor estando “tranqüilo”. Alguns poetas sentam-se para escrever quando já têm a poesia completa em suas mentes. Outros brigam com as palavras que vão surgindo. Encontre seu próprio caminho.

Outra dica, não se apegue a padrões, escreva do seu jeito. Se não quiser rimar, não rime, e se não quiser versejar, não o faça. Trabalhe como se sentir mais à vontade, em especial se você é um poeta amador que escreve sem pretensões literárias. Não sufoque seu talento e sua emoção somente para atender requisitos técnicos. Escreva poesias para você (e para seu marido/mulher/filhos/etc.). Por fim, refaça tudo se não gostar. Comece de novo, se precisar. Treine muito, muito, muito! Não desista, “e se foras Poeta, poetizaras” (Boca do Inferno) .




Marcelo Maroldi
Fonte: http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1666

citação do dia

"O universo é feito de histórias, não de átomos"
Muriel Rukeyser