segunda-feira, 29 de novembro de 2010

exercício de criação 8

Exercício da semana descaradamente copiado inspirado pela postagem do amigo Jorge de Barros no seu blog Ofício do Ócio. Nesta postagem, Jorge fala de um acidente literário.

"Acidente Literário. s.m.
Também conhecido como "Acidente Poético", trata-se de ação involuntária envolvendo, geralmente, palavras, cuja polissemia e expressividade artística ultrapassam o mero uso cotidiano."

Sendo assim, o exercício da semana é recolher um acidente literário...

Use o seguinte "formulário (também descaradamente copiado pesquisado da postagem do Jorge):

Título:
Local:  
Data:
Protagonistas:
Tipo:

Descrição do Acidente Literário:
Recolhido por:


É isso aí.  Divirtam-se. E sigam o Ofício do Ócio, que é blog altamente recomendável.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

citação da semana

Não há um caminho nobre para a boa escrita, e caminhos assim, se existem, não conduzem através de jardins de crítica pura, mas através das selvas do self, do mundo, e do ofício.
Jessamyn WEST

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

exercício de criação 7

Andei desanimada, mas decidi o seguinte: faça chuva ou faça sol, mesmo que ninguém faça um exercício, vou postar um novo na semana seguinte.

Leitor vem o tempo conforme o blog for seguindo seu rumo.


Exercício da semana:

Descreva em 300 palavras alguma coisa do seu caminho diário, seja para o trabalho, a escola ou o que for.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

exercício de criação 6

O que a foto te faz pensar? Que lugar é esse? O que aconteceu antes?

Escreva no estilo em que preferir...
(clique para ampliar)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

exercício de criação 5

As vezes somos atropelados pelas coisas. Mas não pensem que os exercícios foram esquecidos... de jeito nenhum.

Exercício de hoje então


Faça usando um poema usando 20 palavras.
Colher de chá - além das 20 palavras pode usar 6 conectivos extras.




Um desafio bem instigante para todos, nos vemos por aí.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A poesia não é mais que a procura da poesia

  Mário Quintana - eterno aprendiz

 

Lau- Você acha que Mário Quintana já está pronto, é um bom poeta?

Mario Quintana - Olha, eu sou um eterno aprendiz. Porque o poeta que descobre uma fórmula, ganha renome, não quer outra vida, e fica conversando com os amigos sentado em cima do muro sem se espetar, esse está perdido, porque eu acho que a poesia não é mais que a procura da poesia, como acho que também Deus se resume na procura de Deus. Eu publiquei meu primeiro livro aos 34 anos. Foi "A Rua dos Cataventos".

[Entrevista concedida à: Joana Belarmino e Lau Siqueira em 16 de janeiro de 1987]

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

13 palpites para conseguir escrever alguma coisa

Gretchen Rubin é uma autora que fez um projeto e livro chamado Happiness Project; (projeto felicidade). É interessante ter o ponto de vista não só do pessoal que escreve ficção, mas também de alguém que primordialmente escreve ensaios, resenhas e esse tipo de material.

Eu assumo - retirei os links para as postagens que ela colocou para coisas do blog dela que motivaram as dicas. Já que a proposta aqui é ser 100% compreensível para os lusófonos, não fazia sentido manter links em inglês que não se relacionavam diretamente ao assunto.


13 palpites para conseguir escrever alguma coisa

Gretchen Rubin


Um dos desafiso de escrever é… escrever.Aqui vão algumas dicas que considerei úteis para mim mesma para realmente colocar as palavras nas páginas:
1- Escreva algo todo dia útil, e preferivelmente, todos os dias; não espere pela inspiração aparecer. Estar dentro de um projeto mantém você engajado, sua mente funcionando e as idéias fluindo. Além disso, surpreendentemente, é mais fácil fazer algo praticamente todos os dias do que três vezes por semana.
2. Lembre-se que se você tiver apenas quinze minutos, você pode ter algo feito. Não engane a si mesmo, como eu fiz por muitos anos, com pensamentos como “seeu não tiver três ou quatro horas livres, não faz sentido começar”.

 3. Não se exceda escrevendo. Virar a noite, não sair de casa por dias, abandonar todas as outras prioridades em sua vida- esses hábitos só levam à exaustão.







 4. Se você tem problemas em retomar um projeto, pare de escrever no meio de um pensamento – talvez no meio de uma sentenca assim fica mais fácil mergulhar de volta naquilo depois.

 5. Não se distraia por tudo que você já fez ou não fez.

6. Não caia na armadilha de pensar que a criatividade desce sobre você aleatoriamente. Pensamento criativo vem mais fácil quando se está escrevendo regular e frequentemente, quando se está constantemente pensando sobre seu projeto.

7. Lembre-se que muitas boas idéias e ótima escrita chegam durante a etapa de revisão. Eu descobri que preciso ter umcomeço, um meio e um fim no lugar, e então as idéias mais criativas e complexas começam a ser formar. Assim, eu tento não me desencorajar nos primeiros rascunhos.

8. Desenvolva um método de manter um controle de seus pensamentos, ideias, artigos, ou qualquer coisa que chame sua atenção. Isso te protege de esquecer idéias que poderiam se tornar importantes e além disso, folhear esse material estimula sua criatividade. Meu registro porta treco, onde acumulei tudo relacionado a “felicidade” que eu não tinha um lugar melhor para colocar, tem mais de quinentas páginas. Algumas pessoas usam murais de inspiração, outros cadernos de recortes. Faça o que funcionar para você.

9. Preste atenção no seu conforto físico. Você tem uma cadeira e uma mesa decentes? Você está espremido? A luz é muito fraca ou muito forte? Se você sente alívio quando coloca a mão sobre os olhos, como uma saudação, sua mesa está excessivamente iluminada. Cheque seu corpo também: relaxe os ombros, repare se sua língua não está apertada contra o céu da boca, não sente torto. Estar fisicamente desconfortável é cansativo e torna o trabalho mais difícil.

10. Tente eliminar interrupções- de outras pessoas, email, seu telephone, ou fuçar na internet – mas nãodiga asi mesmoque só pode trabalhar em complete paz e silêncio.

 11. Sobre sua mesa de escrever, Franz Kafka tinha uma palavra: “Espere”. Sobre sua mesa,noentanto, Tad Low, roteirista, mantém uma palavra diferente: “Agora”. Ambos os conselhos são bons.

12. Se você travou, tente,sair para um passeio e ler um livro realmente bom. Virginia Woolf notou isso: “ A maneira de alguém se ancorar em retomar a escrita é esta. Primeiro, gentis exercíciosao ar livre. Segundo, a leitura de boa literature. É um engano acreditar que literature pode ser produzida do vazio.”

  13. Ao menos na minha experiência, a coisa mais importante para conseguir escrever algo? Tenha alguma coisa a dizer. Isso soa óbvio, mas é muito mais fácil escrever uando está tentando contar uma história, explicar uma idéia, transmitir uma impressão,resenhar alguma coisa, ou algos assim. Se você está tendo problemas escrevendo, esqueça sobre escrever e foque-se em o que você quer comunicar.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

citação do dia

Técnica sozinha nunca é o bastante. Você precisa de paixão. Técnica sozinha ésó um pegador de panelas bordado.
Raymond Chandler

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

exercício de criação 4

Depois de amanhã fazemos um mês de vida e já estamos chegando nas 500 visitas. Orgulho dessa gambiarra.

E muito feliz de ver que o pessoal está fazendo os exercícios. É o que importa estarmos aqui, afinal. Não fez algum exercício anterior? Não fez o exercício dessa semana ainda? Tudo bem, não tem problema, faça atrasado. E eu vou atualizando ali do lado o blogroll de quem fez os exercícios...

Esta semana chegara pelo correio dois livros que encomendei faz um tempo. Um deles, How to be an explorer of the world (Como ser um explorador do mundo), está fazendo a minha cabeça e motivando muitos pensamentos. A autora é a Keri Smith, e eu recomendo o trabalho dela (é em inglês e duvido que vejamos uma tradução tão cedo).


É influenciada pela leitura desse livro que eu proponho o exercício dessa semana.


Escolha um lugar da sua casa. Qualquer um. Mas não precisa ser um lugar nobre. Quanto mais inusitado melhor. Ou, se achar que não sabe como escolher, use o lugar onde está agora sentado lendo o blog (ou o lugar onde vai sentar pra escrever).

Observe esse espaço, os poucos metros em torno de você. Pense nos detalhes, nas coisinhas a toa, nas coisas que escapam quando se olha correndo. Observe esse lugar como se fosse a primeira vez que o vê.

Escreva sobre esse lugar,a partir desse ponto de vista do olhar atento.



Nos vemos durante a semana.

domingo, 22 de agosto de 2010

citação do dia

Escrever um romance é como dirigir um carro a noite. Você só enxerga a distância em que seus faróis iluminam, mas pode fazer a viagem inteira desse jeito.
E. L. DOCTOROW

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

10 mil horas

por Sarah helena

Hoje recebi a revista Vida Simples,e lá falava de algo interessante,a teoria de um psicólogo sueco chamado K. Anders Ericsson, de que para se fazer bem alguma coisa, não basta o talento inato, mas sim uma soma de fatores nos quais praticar muito e ser persistente contam bons pontos. E ele diz que ser genial, ser bom em alguma coisa, exigiria 10 mil horas se dedicando àquilo, não só exercitando mas aumento o grau de complexidade do que exige de si. 10 mil horas= três horas por dia por mais ou menos 10 anos.

Claro que tem um zé mané pipoca (ok,assumo meu preconceito aqui) de um jornalista que escreveu manual do sucesso em cima da teoria do Ericksson. E eu não vou discutir isso porque não acredito na visão ocidental de sucesso. Me irrita a postura de criar livros em cima de uma boa idéia quando não se é especialista no assunto, empilhando exemplos notáveis e distorcendo o fato de que a teoria não fala de sucesso, mas de se tornar um especialista, um "expert" em algo.

A pesquisa do sueco não tem culpa disso.

Mas para quem lida com arte,a teoria das dez mil horas cai como uma luva. Porque não basta você ser bom por natureza, é preciso exercitar, lapidar, estudar, evoluir, até chegar uma hora em que se consegue chegar ao ponto de "fazer direito". E dez anos praticando todo dia me parece um número bem razoável. Aliás,gosto do termo que o dr.Ericsson usa: "prática deliberada" traduzindo literalmente. Porque não basta escrever três horas todo dia, se eu não me preocupo em revisar, corrigir, estudar e observar a maneira como a escrita acontece e me desafiar, porque ficar naquilo que eu já sei, que já sou capaz, não basta.

Sei que as vezes não dá para dedicar tanto tempo por dia para algo que amamos - como a escrita ou qualquer forma de arte. Pega mal na nossa sociedade. Mas você não pretende ser Machado de Assis nem J. R. R. Tolkien daqui a dez anos. Então, que tal começar aos poucos? Quinze minutos, meia hora. Talvez uma hora por dia. Ou enfiar nos seus horários como for possível. Mas não como um hobbie, e sim como um trabalho ou uma necessidade por questão de saúde (e é, ambas as coisas).  Mesmo que isso signifique dizer pra família "agora não dá, não me interrompa" ou se forçar a desligar a internet para não se distrair.

Dez mil horas. Nem parece tanto assim se você pensar friamente. A gente dorme muito mais do que isso em dez anos.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Exercício de criação 3

Hoje os dois fuçadores que mantém esta gambiarra estavam na Bienal do Livro. 
O Edson estava fazendo o pré lançamento do livro novo dele pelo selo Orpheus da editora Multifoco, e Cabalísticos é um livrinho que realmente está lindo. Passamos o dia na Bienal e é de lá que veio o exercício dessa semana.


  Cinco palavras. Gênero livre. A regra é que sua escrita tenha as cinco palavras abaixo,que pegamos de modo aleatório pela Bienal :

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Exercício de criação 2

Nosso primeiro exercício criativo foi um sucesso. Tivemos 10 corajosos que aceitaram o desafio.
Se você não fez ainda, fique a vontade, faça quando se sentir pronto. Mas não exija muito de si mesmo - apenas arrisque-se a tentar.


Então, vamos ao exercício desta semana (ou só porque são onze horas da noite você achou que eu tinha esquecido?)

Pegue o despertador, um timer, seu celular, um cronômetro.
Você tem quinze minutos para escrever. Comece colocando um título, e depois vá escrevendo. Pode ser ficção, não ficção, poesia, o gênero que quiser. Mas em 15 minutos, você vai considerar que o exercício está terminado.



(eu não sei para vocês, mas esse exercício vai ser bastante desafiador para mim).









(na imagem - o mostrador do relógio astronômico de Praga, em funcionamento desde 1410)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

só o povo que possui uma literatura e uma história próprias tem o direito à soberania nacional



“A consciência histórica tem papel importante na formação da consciência nacional. A emancipação das nações do domínio colonial nasce da emancipação da literatura nacional da língua internacional erudita, do colonizador. A função política desta ascensão do idioma consiste em provar que só o povo que possui uma literatura e uma história próprias tem o direito à soberania nacional.”

Otto Bauer (citado por Hannah Arendt):



Citação retirada do texto:
http://congressoemfoco.uol.com.br/coluna.asp?cod_canal=14&cod_publicacao=33915&filha=1

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Palvras de : AGUSTINA BESSA LUÍS

Amigos, compartilho com todos algumas palavras desta grande Escritora, autora de "A Sibila" e outras inúmeras obras que muito contribuíram para o desenvolvimento da literatura em Língua Portuguesa.
·         Eis como se termina um livro –deixando sempre alguma coisa por dizer ;
·         O homem não foi feito para a tranqüilidade, mas para conquistar a paz;
·         O outro lado da janela e a chuva são para todo espírito criador uma oportunidade;
·         Quanto mais vivemos, mais dominamos o tempo, ele se transforma nalguma coisa fluida e sem história, como o ar, como a luz, como tudo em que a nossa imagem se projeta e a que nossas faculdades biológicas aderem; muito depois da morte, enquanto uma impressão da nossa mão restar na superfície de um objeto que uma vez se tocou, o tempo ainda nos pertence ;
·          As paixões não se comunicam –isso é um privilegio só do amor ;
·         Que somos nós para amar o que está acima do nosso entendimento?;
·         A vida é como um manto em que se arrastam todas as fúrias e ternuras do mundo, e que deixa ficar à parte alguma coisa do seu calor e do seu peso ;
·         O tempo é uma nave sem governo, umas vezes avança, outras baloiça-se nas ondas oleosas. O tempo é uma perpetuidade cansada; o chão que pisamos é feito de infinidade, o sol despenha-se do alto para que o recebamos, e não para medir a noite e o dia;
·         Cada livro é uma peregrinação.

Um abraço!!!
Benilson Toniolo

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Exercício de criação 1

A idéia é a cada semana colocar no blog um desafio, um exercício de criação.

Gostou? Se sentiu desafiado? Escreveu a respeito? Se tiver um blog, poste e coloque o link nos comentários.


O primeiro exercício é o seguinte:


-Observe a foto por alguns minutos. Preste o máximo de atenção aos detalhes.
-Pense:como é esse lugar? Que pessoas passam por ai? O que essas paredes já viram acontecer? Como está o clima? Que cheiros, sons, texturas,gostos, essa imagem desperta?
-Pare de olhar a foto e comece a escrever.Desta vez, o tipo de escrita é livre. Poesia, conto, uma descrição do que está vendo, uma análise urbanística... sei lá.

A foto é esta aqui: (clique nela para ver maior)


(imagem retirada de http://momotte2stocks.deviantart.com/art/Place-stock-61-street-84524416, por @Mommote2stock , no deviantart)

Escrever poesia não é fácil

Autoretratro: Didiu Rio Branco, em busca de inspiração para suas criações

Poesia –

Marcelo Maroldi


Escrever poesia não é fácil, definitivamente. Eu diria que escrever boas poesias é uma das atividades intelectuais/artísticas mais custosas que eu conheço. O pior de tudo, entretanto, é que não parece tão complicado assim. Pense aí um pouco, leitor: não é tão difícil, hein? Um pouco de treino e a famosa “inspiração” e temos uns poemas sensacionais! Bom, queria acreditar nisso às vezes...

Por que não fazemos um teste? Sente-se agora e escreva uma poesia (depois me mande um e-mail para que eu saiba quais carências teve e o resultado final do teste). Não posso precisar números, mas diria, sem hesitar, que poucos – pouquíssimos – conseguiram terminar. Deve ser por isso que os poetas são tão admirados, que difícil arte dominam! Não vou me alongar neste assunto. Tratarei de dizer o que penso que pode fazer a diferença na confecção de uma poesia. Primeiro passo, para escrever poesia é necessário ler poesia. Você precisa saber como os grandes fizeram e pode aprender um pouco com eles. Se você é um bom poeta e jamais leu poesias durante sua vida, certamente você é uma exceção.

Próximo passo, precisa ter vocabulário suficiente. Mais que para outros tipos de literatura, aliás. Encontrar as palavras certas (que se conhece) já não é simples, imagine se você não tem um bom conjunto dessas palavras gravadas na sua mente? Há, também, algumas palavras comumente usadas e é preciso conhecê-las e tê-las à disposição no repertório (alguns poetas e movimentos gostam muito de determinadas palavras!).

E a inspiração? Sobre isso nada posso dizer, acredito. Inspiração parece ser aquele sentimento que invade os artistas (poetas, no nosso caso) e os obriga a irem imediatamente para a folha de papel e começarem a escrever. Pode ser uma alegria súbita, uma dor que invadiu o peito, pode ser qualquer coisa que nos estimule a escrever. Uns têm mais e outros menos... Já ouvi poetas dizerem que isso não faz diferença, que escrever poesia é um processo lógico de combinação de palavras e não depende de emoção. Pode ser. E pode não ser... Jamais escrevi algo que tenha valor estando “tranqüilo”. Alguns poetas sentam-se para escrever quando já têm a poesia completa em suas mentes. Outros brigam com as palavras que vão surgindo. Encontre seu próprio caminho.

Outra dica, não se apegue a padrões, escreva do seu jeito. Se não quiser rimar, não rime, e se não quiser versejar, não o faça. Trabalhe como se sentir mais à vontade, em especial se você é um poeta amador que escreve sem pretensões literárias. Não sufoque seu talento e sua emoção somente para atender requisitos técnicos. Escreva poesias para você (e para seu marido/mulher/filhos/etc.). Por fim, refaça tudo se não gostar. Comece de novo, se precisar. Treine muito, muito, muito! Não desista, “e se foras Poeta, poetizaras” (Boca do Inferno) .




Marcelo Maroldi
Fonte: http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1666

citação do dia

"O universo é feito de histórias, não de átomos"
Muriel Rukeyser

terça-feira, 27 de julho de 2010

O que fazer com um texto?




O que fazer com um texto? 


TRÊS PROFESSORES DE OFICINAS LITERÁRIAS CHAMAM A ATENÇÃO PARA REGRAS BÁSICAS DE LEITURA E ESCRITA

"Use em abundância o ponto final" 

LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL - ESPECIAL PARA A FOLHA
PARA LER 

1. Ignorar os best-sellers, por maior que seja a tentação. Deixe passar cinco anos.
Se o livro ainda respirar bem, pode investir.
2. Ler com desconfiança o que lê. Se o livro resistir a essa leitura, é porque é bom.
3. Ler com um lápis na mão. E usá-lo.
4. Conhecer pessoalmente o escritor só depois de ler o livro; caso contrário, a figura do escritor ficará colada ao texto, como um fantasma.
5. Ler edições que tenham bom gosto. Uma edição amadora piora dramaticamente o livro.

PARA ESCREVER
1. Dedicar mais tempo à leitura do que à escrita.
2. Usar em abundância o ponto final, especialmente quando a frase resiste a qualquer conserto.
3. Usar material de primeira qualidade: bom computador, bom papel de impressão, bons cadernos (sugiro o Moleskine), boas canetas, bons lápis.
4. Não levar o laptop para a cozinha ou para a sala de visitas. Se não tiver um gabinete exclusivo, o quarto é uma boa escolha.
5. Escrever apenas sobre o que conhece perfeitamente, mesmo que seja um romance passado no futuro.

LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL é professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e autor de "Ensaios Íntimos e Imperfeitos" (L&PM), entre outros livros.

"Desconfie das dicas que lhe dão" 

MARCELINO FREIRE - ESPECIAL PARA A FOLHA
PARA LER

1. Quanto mais um livro fizer mal, melhor.
2. Confortável precisa ser a cama, não a literatura.
3. Evitar lista dos mais vendidos.
4. Livro não é para ser entendido, é para ser sentido.
5. Desconfiar das dicas que te dão.
PARA ESCREVER
1. Cortar palavras.
2. Não usar gravata na hora de escrever.
3. Ouvir, mesmo que baixinho, a própria voz.
4. Desconfiar daquele texto que sua mãe gostou.
5. Ler e beber muito. E, no mais: viver.

MARCELINO FREIRE é autor, entre outros livros, de "Contos Negreiros" (ed. Record) e organizador de "Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século" (Ateliê).

"Leia como se fosse o psicanalista que ouve um paciente" 

LUÍS AUGUSTO FISCHER - ESPECIAL PARA A FOLHA
PARA LER

1. Se você estiver diante de um um clássico provado pelos tempos -Shakespeare, Voltaire, Machado de Assis- e acontecer alguma dificuldade na leitura, pode ter certeza de que o problema é seu, não do texto. Bons textos muitas vezes exigem mais de uma tentativa de leitura.

2. No concreto de uma leitura, pode acontecer que a fruição fique embaçada. Antes de entrar em pânico, tente localizar o foco do impasse: se for uma palavra específica que seja desconhecida, para isso existe o dicionário; se não, volte a atenção para os "que", para os nexos entre as partes da frase.

3. Um texto literário, obra de arte que é (ou aspira a ser), tem direito de ser como é, em sua integridade. Isso alerta para a necessidade de a leitura ser respeitosa: o leitor deve dispor-se a receber as informações e as formas do texto tal como o autor as concebeu. Mas isso não impede que o leitor comum pule fora ao perceber que seu honesto empenho de leitura não está sendo recompensado.

4. Um texto literário merece ser lido em pelo menos duas dimensões, uma linear e a outra enviesada. A segunda é menos perceptível, mas muitas vezes é decisiva, e tem sua carnadura num plano alusivo, nas chamadas entrelinhas, num patamar figurado ou alegórico. A boa leitura não pode contentar-se com a decifração daquela primeira dimensão, necessitando uma atenção mais difusa, próxima da atenção que os psicanalistas praticam ao ouvir o paciente.

5. Em narrativas, um detalhe radicalmente importante, em especial nos romances e contos escritos a partir do final do século 19 (no Brasil, o marco é Machado de Assis, mas você pode pensar em Dostoiévski, em Poe, em Flaubert), é o jeito de ser do narrador. O bom leitor sempre mantém em vista que o narrador pode ser parte interessada no enredo, pode ser parcial na avaliação dos fatos e das pessoas que menciona, pode saber mais ou menos do que aparenta.

PARA ESCREVER
1. Tenha sempre em conta que do outro lado de seu texto há, na melhor hipótese, um leitor; e que essa figura, preciosa e fugidia, pode abandonar o barco a qualquer momento. O autor tem todo o direito de radicalizar sua escrita, ser inventivo e ousado, mas também o leitor tem o direito de radicalizar por sua parte, caindo fora.

2. Uma das escolhas básicas para quem escreve um relato diz respeito à distância que o texto vai colocar entre a voz narrativa e o(s) personagem(ns), entre as palavras que o leitor vai ler e a vida íntima do personagem, dentro do enredo. Mesmo um narrador de terceira pessoa pode ser muito próximo dos fatos e das pessoas envolvidas, pode acompanhar as ações muito de perto, assim como um narrador de primeira pessoa pode manter uma distância relativamente serena a respeito dos fatos.

3. Embora no sentido trivial o leitor é quem escolhe o texto que vai ler, num sentido muito profundo é o texto que escolhe seu leitor: suas escolhas vão delimitando o universo potencial dos leitores, que serão mais ou menos sofisticados ou numerosos conforme as opções do autor. Confrontar ou agradar o leitor, eis uma questão que é bom ter em mente, para fazer a escolha que interessa (nisso os grandes revolucionários têm muito a ensinar; veja como Miguel de Cervantes, Honoré de Balzac, Machado de Assis e outros tratam o leitor).

4. Escrever é, em grande medida, administrar entre conhecido e desconhecido, redundância e informação. Um dos riscos sempre implicados nesse campo é o de depender do "background" do leitor, das informações que ele traz (ou não) consigo. Muitas vezes um relato sucumbe porque espera que o leitor aporte conteúdos para compor o sentido de alusões, entreditos, sugestões que o enredo contém.

5. Quem inventa uma ficção está mentindo e espera que o leitor aceite a mentira. Mas sobre essa base há uma outra camada de indispensável verdade: o escritor nunca deve trapacear, nunca fazer pose ou jogar para a torcida. Se começar a contar uma história, tem que assumir o compromisso de contar tudo que importa para que ela aconteça.

LUÍS AUGUSTO FISCHER é crítico literário, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e autor de "Machado e Borges" (ed. Arquipélago), entre outros.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

73 formas de tornar-se um escritor melhor

Peguei essa listagem no blog Copyblogger. Mais exatamente, no post 73 Ways to become a Better Writer. O post foi escrito por Mary Jaksch.

(ps- qualquer besteira na tradução avisem, eu não revisei nada, que vergonha)

Fazer estas coisas pode te tornar um escritor melhor:

1. Mantenha um blog.
2. Use limites auto impostos de palavras.
3. Aceite todas as formas de crítica eaprenda acrescer com elas.
4. Leia o que você escreveu de novo e de novo, até que você não enxergue mais problemas.
5. Mostre o que você escreve para umamigo confiável para um retorno.
6. Rascunhe linhas gerais. E então escreva em cima disso.
7. Edite, e edite de novo.
8. Viva com paixão.
9. Seja aberto, curioso, presente e engajado.
10. Dê um tempo entre escrever e editar.
11. Aprenda uma palavra nova a cada dia.
12. Mantenha os dedos ou a caneta se movendo.
13. Escreva em diferentesgêneros: postagens de blog, poemas, histórias curtas, ensaios.
14. Leia livros de gramática.
15. Escreva sem distrações.
16. Desafie você mesmo: escreva em um café lotado, nobanheiro, escreva por 24 horas seguidas.
17. Viaje. De carro, para a praia, de ônibus, de avião.
18. Assista filmes. Você pode escrever melhor aquela história?
19.Escreva. Aí, escreva mais um pouco.
20. Leia,pense, leia, escreva, pondere,escreva- e leia um pouco mais.
21. Leia alto o que escrever para qualquer um que aguentar -inclusive o gato.
22. Volte para trás e corte 10% das palavras que você escreveu
23. Fale com as pessoas.
24. Escute como as pessoas falam.
25. Leia muitos livros. Tanto os bons como os ruins.
26. Anote suas idéias brilhantes (e que desaparecem).
27. Comece a escrever com antecedência-não horas antes de um prazo se esgotar.
28. Escute podcasts com dicas literárias.
29. Use sentenças simples e claras.
30. Evite a voz passiva.
31. Limite seu uso de adjetivos e advérbios.
32. Quando eu dúvida, corte fora.
 33. Mate as sentenças desajeitadas.
34. Inspire-se por outras formas de arte- música, dança, escultura,pintura.
35. Leia suas coisas antigas e perceba quão longe você chegou - e quão longe ainda precisa ir.
36. Escreva para publicar, mesmo se for uma publicação local ou um pequeno blog.
37. Faça de escrever sua prioridade pela manhã.
38. Continue espremendo palavras mesmo quando se sentir sem inspiração.
39. Diga para todo mundo: "Eu sou escritor"
40. Reconheça seus medos e supere-os.
41. Deixe seus artigos descansarem e então retorne a eles com olhos novos.
42. Comente em seus blogs favoritos.
43. Mantenha um diário para ter o suco criativo escorrendo.
44. Use um diário para anotar pensamentos e sensações.
45. Mantenha isso simples.
46. Pratique se concentrar em uma só tarefa. Programe um timer para escreversem interrupções.
47. Observe as pessoas.
48. Vá conhecer alguém diferente de você e reflita na experiência.
49. Tente novas idéias e hobbies- quanto maior a variedade em sua vida, maiores as possibilidades para continuar gerando boas idéias na página.
50. Leia trabalhos de diferentes culturas. Isso ajuda a evitar que sua escrita soe obsoleta na boca de seus leitores.
51. Repense o que é "normal".
52. Trabalhe em chamadas brilhantes.
53. Cheque se aquilo que você presumiu está certo.
54. Junte-se a um grupo de escrita. E se não conseguir encontrar um, forme um.
55. Escreva durante suas horas mais produtivas do dia.
56. Separe tempo para pesquisa.
57. Crie um tempo para refletir e fazer mapas mentais.
58. Faça um cronograma do seu projeto e se atenha a ele.
59. Peça para outra pessoa revisar.
60. Leia  “On Writing Well” de Zinssen pelo menos uma vez por ano.(n d t- não faço idéia como seja)
61. Saia de sua zona de conforto.
62. Escreva em cena. Se pretende escrever sobre umapraia, pegue uma toalha e vá escrever ao lado do mar.
63. Váao supermercado, ao jogo no estádio, na classe, na construção. Faça anotações de detalhes sensíveis, atmosfera, pessoas.
64. Comece com metáforas e fabulações.
65. Aproxime-se da escrita com gratidão, nãocom uma atitude de "eu tenho que fazer isso".
66. Desconstrua e analise livros e artigos que você realmente gosta.
67. Conheça arquitetura histórica. Muitos escritores não fazem isso. O que é como fazer cirurgia cardíaca ou pilotar um avião de carreira por intuição. As taxas de sobrevivência são baixas.
68. Socialize com outros escritores.
69. Alongue ou exercite-se nos intervalos de escrita.
70. Anote idéias do desenvolvimento do que pretende escrever antes de parar para continuar amanhã.
71.Use mapas mentais como inspiração.
72. Corra riscos - não tenha medo de chocar. Você não é quem você pensa que é.
73. [Adicione aqui suas próprias sugestões]



(ilustração- "vida de escritor" de Kayla "@seetheduck"  retirado do deviantart dela)

Bem vindos!

Eu sei que é chato ouvir que seu trabalho não está bom o suficiente. Cara, eu sou péssima escritora, uma desenhista abominável e uma gravurista medíocre. Mas eu gosto de todas essas coisas. Então, tento melhorar. Escrevo mais,desenho mais, faço exercícios de criatividade, leio montes de coisas na internet e em livros.

Ninguém nasceu sabendo. Dom é um mito. É tudo uma questão de entrega,domínio de técnica e um pouco de sorte.  Você pode não virar um gênio ou um best seller,mas pode fazer direito.

Então eu decidi começar a traduzir algumas coisas legais que encontro pela net, dicas e citações sobre literatura.

Sobre como melhorar nossa escrita.

E ai tive a idéia, nada genial, de chamar algumas pessoas para escreverem aqui tbm. Vamos ver se eles topam...


E sejam bem vindos a esta gambiarra literária...